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Lira para alvorecer a alvorada - Poemas de JessÉ Barbosa De Oliveira


 
 
Lira para alvorecer a alvorada
Poema publicado el 05 de Agosto de 2010

Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:


Ah,
Enquanto esta ordem-conselho
Se processa na mente do tempo,


Cavalga por todo o meu cérebro
O viscoso e insólito pensamento
De que seja o basáltico céu empalidecido
A perfeita comunhão entre a elação da beleza
E os sortilégios dum mar capcioso e sombrio.


Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:


Esta miscível atmosfera eclética
De anestesia, Prosa, Poesia,
Onirismo, miasmas, niilismo, corvo, frescura,
Espreita, peçonha, perfídia e coruja


Casamata um reino de desovas, volúpias,
Espermas, esperas, espirais de psicodelia,
Enseada para fugas ou a Política daninha,
Teatro, Baco, vinhas, sangue a cada esquina;
Heróis, concertos de Rock e Operas que reverenciam
A Jazzística Cinética Ventania!



Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:


Capturo as essências da urina,
Da friagem, do orvalho, da orquídea em remanso,
Da groselha e da azaleia de ébano,
Aspergindo-as na página em branco
Do meu corpulento caderno
De Vermelhos Versos Saltimbancos!



JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
•                                http://twitter.com/jessebarbosa27

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